Ecos do Silêncio — Textos Zen
Kuan-hsin-ming por por Han-shan Te-ch'ing (1546-1623)
Olhe para o corpo como irreal,
Como uma imagem em um espelho, o reflexo da lua na água.
Contemple a mente como sem forme,
Porém brilhante e pura.
Sem um único pensamento surgindo,
Vazia, porém perceptiva; calma, porém iluminadora.
Completa como a grande vacuidade,
Contendo tudo que é maravilhoso.
Nem indo nem vindo,
Sem aparências ou características,
Incontáveis meios hábeis
Surgem a partir de uma mente.
Independnete de existência material,
Que é sempre uma obstrução,
Não se apegue aos pensamentos deludidos.
Estes fazem nascer a ilusão.
Contemple atenciosamente esta mente,
Vazia, destituída de todos os objetos.
Se as emoções surgirem subitamente,
Você cairá na confusão.
Em um momento crítico, traga de volta a luz,
Iluminando poderosamente.
As nuvens se dispersam, o céu é claro,
O sol resplandece brilhantemente.
Se nada surgem dentro da mente,
Nada se manifestará fora.
Aquilo que tem características
Não é a realidade original.
Se você puder ver um pensamento assim que surgir,
Esta consciência o destruirá de uma vez,
Para qualquer estado da mente que venha,
Varra-o, derrube-o.
Tanto os estados bons quanto os ruins
Podem ser transformados pela mente.
Sagrado e profano aparecem
De acordo com os pensamentos.
Recitar mantras ou contemplar a mente
São meramente ervas para polir um espelho.
Quando a poeira é removida,
Elas também são varridas.
Grandes e extensivos poderes espirituais
Estão todos completos dentro da mente.
À terra pura ou as céus
Pode-se ser viajar à vontade.
Você não precisa procurar o real,
A mente originalmente é Buddha.
O familiar torna-se estranho,
O estranho torna-se familiar.
Dia e noite,
Tudo é maravilhoso.
Nada que encontre o confundirá.
Estes são os essenciais da mente.
(Adaptado de
Sheng-yen, The poetry of enlightenment: Poems by ancient
Ch'an masters. Elmhurst: Dharma Drum Publications, 1987. Pág. 101-103.)