Ecos do Silêncio — Textos Zen


Canção da Cabana de Grama

Shih-t'ou Hsi-ch'ien


Construí uma cabana de grama
Sem qualquer coisa de valor em seu interior.
Após uma boa refeição, gosto de tirar uma boa soneca.
A palha de grama ainda parece nova;
Quando ela estragar, adicionarei palha fresca no teto.
A pessoa dentro da cabana está sempre presente,
Mas você não a encontrará dentro ou fora.
Ele não se mostra às pessoas mundanas
E não gosta das coisas que elas gostam.
Esta pequena cabana contém o universo inteiro
E meu corpo físico está integrado com ela.
Os grandes bodhisattvas não duvidam de minhas idéias,
Apesar de os humanos poderem pensar que elas são estranhas.
Se você disse que minha cabana parece miserável,
Responderei que a Mente Única permanece bem onde ela está.
No leste ou no oeste, no norte ou no sol,
Um fundamento sólido é o que conta.

Com pinheiros verdes projetando-se sobre o teto
E janelas brilhantes nas paredes,
Nem mesmo um palácio real pode se comparar à minha cabana.
Com o robe de um monge sobre meus ombros
E um chapéu sobre minha cabeça, não tenho quaisquer preocupações.
Não é que eu me louve por viver aqui,
Como um mercador empurrando seu produto;
É que, quando o crepúsculo vem,
Minha mente é ilimitada desde a frente até atrás.

Shih-t'ou Hsi-ch'ien (Sekitô Kisen), 700-790


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